Brasil – Derretendo e rejeitado nas pesquisas
- JoCA NEWS

- 24 de out.
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Governador Tarcísio já sinaliza voltar atrás
O governador do estado de São Paulo Tarcísio de Freitas, filiado ao Republicanos/SP, chegou ao cargo vendendo a imagem de um “moderado”, um técnico prometendo uma gestão “eficiente e conciliadora”. No entanto, suas ações revelaram a essência de um “bolsonarista” radical, mais alinhado aos interesses do empresariado bilionário do que às necessidades da população paulista. Sua tentativa de saturar as rodovias do estado com pedágios free flow, priorizando os lucros das concessionárias, reforçou a percepção de que Tarcísio governa para os ricos, ignorando o impacto de suas políticas sobre o cotidiano dos cidadãos.
O projeto, que previa 16 novos pórticos até o fim do ano, segundo a ARTESP - Agência de Transporte do Estado de São Paulo, utilizaria câmeras e sensores para cobrar tarifas via tag, aplicativo ou outros meios digitais, mas foi recebido como uma afronta por onerar deslocamentos cotidianos, muitas vezes dentro de um mesmo município. Em Sorocaba, moradores, liderados pelo prefeito aliado Rodrigo Manga, também do Republicanos e pela Câmara Municipal, rejeitaram pórticos na Raposo Tavares que cobrariam tarifas até para trajetos entre bairros. Em atos, manifestantes gritavam “Tarcísio, vacilão, pedágio, não”, enquanto o deputado Vitão do Cachorrão, também do Republicanos deitou-se à beira da rodovia em protesto (ele, também esteve em Serra Negra e região quando dos protestos nossos).
Em Cotia, moradores do bairro Mirante da Mata protestaram em 3 de agosto contra um pórtico no quilômetro 37,5 da Raposo, exigindo “metrô, mobilidade e respeito”. No Vale do Ribeira, pórticos na rodovia Padre Manoel da Nóbrega, na rodovia SP-55 geraram revolta, assim como em Santos, onde o pórtico no quilômetro 236 da Rio-Santos, entre Iriri e Caruara, onerava trajetos locais. Em Piracicaba, a Frente Parlamentar contra a Instalação de Pedágio na SP-304 barrou 3 pórticos nos quilômetros 122, 144 e 154, enquanto em Mogi das Cruzes, a prefeita Mara Bertaiolli do PL, obteve uma liminar em 15 de outubro suspendendo o pedágio na Mogi-Dutra. O “chumbo” estava vindo até de “bolsonaristas” assim como Tarcísio, alguém que não está conseguindo agradar nem seus correligionários.
Com esse cenário de terra arrasada, ou melhor, de “imagem arrasada”, seu governo passou a “deixar pra lá” a efetivação dessas praças de cobrança espalhadas pelas estradas de todo o estado. Mas será mesmo que Tarcísio mudou? Não, não é o que se espera, nem o que se constata.
Nas redes sociais, a rejeição a essas iniciativas é avassaladora, em um levantamento da AP Exata, encomendado pelo jornal O Estado de S. Paulo, mostrou que, nos últimos 30 dias, 6,9 mil publicações únicas no X, TikTok e Instagram, com 21 mil comentários, alcançaram 9 milhões de pessoas, sendo 63,3% contrárias aos pedágios e apenas 25,4% favoráveis. Mesmo entre perfis da direita “bolsonarista”, 55,8% criticam a iniciativa, e a base de Tarcísio na Assembleia Legislativa se dividiu, com deputados de direita se manifestando contra a medida, expondo a fragilidade de um governador que parece mais interessado em convescotes (piquenique) com a Faria Lima do que em ouvir os paulistas.
Esse possível recuo, tem tudo a ver com suas intenções de reeleição para governador ou eleição para presidente. Se, for para reeleição, quem garante que em seu último mandato como governador, não volte atrás e solte novamente seu pacote de maldades.
Não nos esqueçamos que Tarcísio, agiu na Câmara do Deputados, para impedir tributação de bets, enquanto tributa gorjetas de garçons em São Paulo, essa tributação de gorjetas, é alvo de críticas da FHORESP - Federação de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares do Estado de São Paulo, que a considera “arbitrária e injusta”, já que a Lei Federal 13.419/2017 isenta gorjetas de impostos por serem rendimentos voluntários destinados exclusivamente aos garçons.







