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Editorial – Aumento da renda familiar e à conquista de emprego formal

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Diminui beneficiários

do Bolsa Família


Um estudo que acompanhou a trajetória de 15,5 milhões de jovens beneficiários do Bolsa Família revela que quase metade deles, cerca de 48,9%, deixaram completamente o CadÚnico - Cadastro Único até 2.024.

O número de famílias atendidas pelo Bolsa Família também caiu de 20,5 milhões para 19,6 milhões em julho de 2.025, uma redução de quase 1 milhão de lares.

Na pesquisa “Determinantes da Saída do Cadastro Único: Evidências Longitudinais a partir dos beneficiários do Bolsa Família em 2.012”, do IMDS - Instituto Mobilidade e Desenvolvimento Social, acompanhou os jovens durante 12 anos e identificou os fatores que determinaram a permanência ou saída da rede de proteção social.

A pesquisa analisou pessoas que, em dezembro de 2.012, tinham entre 7 e 16 anos e estavam registradas como dependentes na folha de pagamento do Programa Bolsa Família. O estudo escolheu 2.012 por representar um momento de estabilidade institucional do programa e por ser o primeiro ano com microdados detalhados do Cadastro Único sistematicamente disponíveis.

Após 12 anos de acompanhamento, 48,9% dos jovens, o equivalente a 7,6 milhões de pessoas, saíram completamente do Cadastro Único. Outros 17,6%, cerca de 2,7 milhões de jovens, saíram do Bolsa Família e permaneceram apenas no Cadastro Único, sugerindo melhora relativa de renda, mas mantendo-os ligados à rede de proteção social.

Perfil inicial marcado por vulnerabilidade

Em 2.012, o grupo da pesquisa era predominantemente composto por jovens pardos e pretos, que totalizavam 73,4% do total. Embora 96% frequentassem a escola, 27,4% estavam em defasagem idade-série.

A análise revelou seletividade no desligamento do Bolsa Família com jovens que apresentavam melhores condições iniciais em 2.012, tendo maior probabilidade de não serem encontrados no Cadastro Único em 2.024. O sexo masculino foi o fator individual mais robusto, aumentando significativamente a chance de saída. Jovens alfabetizados em 2.012 tiveram maior probabilidade de desvinculação, assim como aqueles que trabalhavam precocemente.

Segundo o estudo, as condições familiares também influenciaram a trajetória dos jovens. Responsáveis com maior escolaridade, especialmente aqueles com ensino médio completo ou superior, aumentaram a probabilidade de desligamento. A inserção em empregos formais também esteve associada à saída do programa, assim como a situação de famílias com renda per capita superior a R$ 140,00 em 2.012 (hoje, a renda mensal por pessoa, é a soma de toda a renda da casa e dividir pelo número de pessoas, o resultado deve ser menor ou igual a R$ 218).

Em contrapartida, fatores de vulnerabilidade estiveram associados à permanência na rede de proteção social. Jovens pretos e pardos apresentaram menor probabilidade de saída em comparação com jovens brancos. A permanência também esteve relacionada a condições precárias de moradia.

O tempo de permanência da família no Bolsa Família até 2.012 influenciou diretamente o resultado em 2.024. Famílias com curta exposição ao programa, de até 2 anos, tiveram a maior probabilidade de desligamento.

O estudo demonstra que a trajetória dos jovens foi influenciada pela combinação de características individuais, familiares e contextuais.

A permanência no Bolsa Família esteve ligada a situações de maior vulnerabilidade. Já a saída completa do Cadastro Único sugere trajetórias de mobilidade socioeconômica, geralmente favorecidas por maior capital humano inicial e melhores condições econômicas familiares.


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