Internacional - Moeda dos BRICS afetaria economia dos EUA
- JoCA NEWS
- 14 de out.
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11 países, incluindo o Brasil
A criação de uma moeda comum para ser utilizada entre países do BRICS — grupo de 11 países, incluindo o Brasil — afetaria significativamente a economia americana. O avanço, contudo, depende do acerto de contas entre 2 grandes nações emergentes.
É o que avalia Frank-Jürgen Richter, ex-diretor do FEM - Fórum Econômico Mundial.
“Acredito que isso [a criação de uma moeda comum] não vai acontecer da noite para o dia. Primeiro, China e Índia precisam superar suas diferenças como as duas principais potências nessa discussão monetária. Mas se isso acontecer, em quatro ou cinco anos, será um grande choque para a economia americana”, declarou o empresário alemão.
Apesar das movimentações recentes, a relação conturbada entre os 2 países, membros originários do BRICS, varia entre disputas fronteiriças, mesmo com a dependência econômica.
Richter assumiu a liderança do Fórum Econômico Mundial em 2.001, após quase uma década na Ásia, onde dirigiu as operações de multinacionais europeias no continente.
Na última semana, o empresário alemão visitou o Brasil para sediar o 10º encontro global do HORASIS, organização internacional independente que fundou em 2.005, após deixar o FEM.
A conferência, que reuniu pesquisadores e empresários internacionais, teve sua maior operação este ano, com quase 500 participantes, sendo sediado em um campus da USP - Universidade de São Paulo, na capital paulista.
“Essa é, na verdade, a maior preocupação do presidente Trump. O dólar americano é a principal moeda, a moeda de reserva mundial. Os principais contratos de petróleo e outras commodities são firmados em dólar”, acrescentou ele.
O movimento entorno da criação de uma moeda alternativa ao dólar vem sendo defendido pelo presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva ao longo dos anos (Hugo Chaves da Venezuela e Saddam Houssem também pretendiam usar o EURO como moeda de negócios para o petróleo, sabemos o que houve com ambos).
O chefe do Executivo brasileiro tem questionado a soberania financeira do dólar em discursas declarações públicas à imprensa.
Em janeiro deste ano, o republicano Donald Trump ameaçou taxar em até 100% países do BRICS que busquem uma alternativa.
De acordo com o ex-FEM, a perda de importância do dólar pode estremecer a base financeira do país, que se sustenta pela emissão de títulos e empréstimos.
“A economia dos EUA é construída com base em empréstimos. É o país mais endividado do mundo, e é difícil até mesmo pagar os funcionários públicos”, continua.
Na outra ponta, a discussão em torno de um sistema digital de pagamento, o BRICS PAY, conhecimento popularmente como o “Pix do Brics”.
Neste momento, o BRICS PAY tem sido liderado pelos russos, que criaram o “aplicativo” no ano passado.